Acredita que a digitalização vai alterar o mundo em que vivemos?

Acredita que hoje conta muti ter skills digitais ou a tal liderança digital?

Acredita que os processos vão funcionar com intervenção humana reduzida, com Inteligências Artificial, já amanhã?

Acreditamos todos, sim.

Recordando Aldous Huxley, “acredita-se nas coisas porque se foi condicionado para acreditar nelas”. Pois é. As questões de fundo, no entanto, são: “Por que razão o estamos a fazer?”, “Que perguntas faltam fazer?”, “O que precisamos de fazer para que os nossos medos não nos ceguem e possamos ver o potencial da revolução que está a acontecer?”.

O desafio, portanto, é substituir o mindset de “isto está a acontecer porque o mundo está a mudar” por “eu faço acontecer porque queremos e podemos mudar para o melhor”.

Com essa atitude, os líderes das áreas de Recursos Humanos têm a oportunidade única de construir um verdadeiro “Admirável Mundo Novo” nas suas organizações: um mundo em que o medo instalado da automatização e da Inteligência Artificial – que vai substituir os postos de trabalho – seja transformado no encanto potenciador da coconstrução de um futuro melhor para todos. Pode ser uma utopia, sim; e certamente será, se optamos por acreditar que seja.

Acreditando no potencial das pessoas, confiamos que o futuro esteja mesmos nas nossas mãos – e nas mãos dos Recursos Humanos no que diz respeito à realidade das organizações do futuro. O que isto implica? Implica assumir um papel diferente enquanto equipa de Recursos Humanos ao longo de três êxitos:

1.) Definir uma visão da vivência organizativa do futuro, em colaboração com toda a organização;

2.) Ser um ativista credível que implementa novas políticas e novas abordagens de funcionamento, em pareceria com todos os que sustentam essa visão;

3.) Mostrar ao longo de todo o processo a capacidade de navegar agilmente nos paradoxos que se deparam no caminho.

* Artigo publicado originalmente na Revista Pessoal edição Novembro/Dezembro 2018