10 nov 2020 / Geral

O Coaching e a Boa Esperança

Daqui a cinco, dez ou quinze anos vamos olhar para trás e lembrarmo-nos de 2020 como o ano em que aconteceu o impensável. Em que a vida, na forma de um vírus,  nos trocou as voltas e, por isso mesmo, fizémos o que tanto ansiávamos, demos a volta e descobrimos um Futuro para lá daquilo que imaginámos.

 

Se há alturas, em que olhar para trás nos ajuda a seguir em frente, esta é uma delas. Na busca de novas rotas marítimas para comercializar os produtos do Médio Oriente, nós portugueses, fomos desbravando caminhos que nos mostraram que as terras desconhecidas eram, afinal, muito mais vastas do que se pensava. 

 

Após muitas expedições (tentativas), naquele que era considerado o limite do território africano, uma região perigosa de navegação marítima quase impossível, Bartolomeu Dias e a sua tripulação, enfrentam as mais severas tempestades, superam todas as dificuldades e dobram, o que apelidaram de Cabo das Tormentas. Foi o rei D. João II, que tendo conhecimento do feito que, ainda que tempestuoso, levou a conhecer uma rota tão desejada, preferiu chamar ao estreito o Cabo da Boa Esperança. 

 

E hoje, em pleno 2020, no meio de uma tempestade moderna, digna de ficção científica, que nos faz a todos enfrentar as mais variadas dificuldades, somos convidados a ver para além das tormentas, o território desejado. É aqui que o Coaching entra. Para desbloquear a força, resiliência, o bem-estar, para aceder à coragem quando o medo nos paralisa, para nos pôr em ação quando a incerteza nos faz hesitar,  para iluminar as várias rotas, as diferentes possibilidades, para assegurar que as velas estão a apontar ao destino sonhado. Para assegurar que dobramos o estreito. 

 

Quase como ferramenta de navegação, a ajudar-nos a fazer esta transformação, esta transição que se nos impõe diariamente como uma tormenta, um caminho desafiante e longo, sem dúvida, mas que nos pode levar à terra que tanto desejamos e esperámos, à boa esperança. 


Sofia Calheiros / Leadership & Coaching