30 ago 2018 / Geral

A Diferença Entre Ser e Não Ser Coach

3 Minutos de Leitura 

 

Ao longo dos anos tenho convivido com coaches a quem chamo Coach, com C maiúsculo, e com outros que denomino de não-coach, not-a-coach. Este convívio tem sido feito de forma direta e, também através do olhar de outros que, com sofrimento, relatam experiências pouco gratificantes de Coaching.

 

Quem são estes Coach e os not-a-coach? Como sei que estou na presença de um deles? Aqui ficam algumas dicas para quem precisa de um Coach. 

 

Sei que Estou na Presença de um NOT-a-coach:

 

...Quando percebo o voyeur consentido, o voyeur que acede à privacidade de outros, e neste aceder invasivo retira prazer de observador.

 

...Quando percebo as perguntas feitas com uma curiosidade doentia de quem precisa é de se descobrir a si mesmo, quando percebo a não consciência da projeção e contra-projeção, quer positivas quer negativas.

 

...Quando assisto ao seu posicionamento de poder num “picar” culpabilizante de done| not done.

 

...Quando percebo a incapacidade de transformar o erro em aprendizagem.

 

...Quando ouço a diretividade da prescrição “faça assim ou assado” e não "faça cozido nem frito”.

 

...Quando percebo a sua incapacidade de facilitar no outro o “let go” tão necessário aos recomeços refrescantes.

 

...Quando percebo a incapacidade da escuta, do facilitar o “prendre recul” … este saber ganhar distância tão necessário ao encontrar de novas perspetivas.

 

...Quando percebo a não-utilização da visão de caleidoscópio, tão interessante na rica construção que advém da incorporação da diversidade.

 

...Quando percebo o enfoque nos comportamentos inadequados, nos pensamentos recorrentes negativos, no criar e manter climas de medo, no fomentar a desconfiança face ao contextos e atores da sua vida.

 

...Sei que estou em presença de um not-a-coach quando cheiro o tempero da condescendência e o prolongar da relação como forma de manter a sua agenda cheia.

 

Sei Que Estou na Presença de um Coach

 

...Quando o vejo presentear alguém com o olhar que ilumina o potencial de outrem. Este olhar, creio ser um dom maravilhoso, não se desenvolve em nehuma escola de Coaching, nasce com a pessoa e desenvolve-se na vida. Desenvolve-se na vida quando, no seu ADN está presente o gene da generosidade, da fé na bondade e no potencial do Ser Humano.

 

...Quando pressinto aquela compaixão, sem julgamento, pelas misérias alheias. Aquela que permite ao outro partilhar fragilidades com serenidade pois sabe que serão escutadas com tolerância.

 

...Quando percebo a sua autoconsciência emocional e a capacidade de se autoavaliar, de autoavaliar as suas forças e fraquezas.

 

...Quando este inicia, lado a lado com alguém, e de forma determinada, por intensos períodos de tempo, o percurso da aprendizagem, do desenvolvimento de fragilidades.

 

...Quando percebo que, sem hesitação lhe são confiadas dúvidas, receios e também sucesso e alegria sem pudor.

 

...Quando percebo a apreciação deste nas perguntas que faz, quando percebo a autenticidade com que se posiciona, o entusiasmo que constrói.

 

...Quando este alavanca nas forças e sucessos das pessoas, quando este ajuda a olhar para o presente e calibra com gentileza a focagem do que não se quer ou não se pode ver.

 

...Quando vejo a força do seu acreditar no facilitar do nascer de novas abordagens ainda por experiementar.

 

...Quando o vejo criar climas de confiança e de liberdade de expressão de ideias, opiniões menos bem vistas socialmente.

 

...Sei que estou na presença de um Coach quando o vejo a fazer fade-out e a ficar deslumbrado com o percurso, do outro, que lhe é dado assistir.

 


Sofia Calheiros / Leadership & Coaching