15 dez 2022 / Geral

Recovery is worth it

Nos tempos que correm, não raras vezes, temos ouvido falar sobre dois conceitos associados ao Trabalho Emocional (expressão de emoções específicas de uma função, que podem, ou não, exigir um esforço consciente por parte do trabalhador), que se traduzem em estratégias de autorregulação:  Surface Acting e Deep Acting

 

Um exemplo típico de Surface Acting, é a expressão fingida de um sorriso na interação com o cliente.  Na estratégia de Deep Acting, a exibição emocional, é resultado de um esforço sobre os sentimentos e não uma mera tentativa de retratar uma emoção (Hochschild, 1983). Ou seja, o trabalhador expressa, de forma espontânea e natural, um sentimento real, que foi autoinduzido.

 

Estas estratégias, são frequentemente utilizadas nas profissões que exigem contacto com o público, em que o trabalhador tem de ser capaz de produzir um estado emocional desejável e positivo no cliente, como por exemplo, a gratidão. O trabalhador está constantemente em esforço, em permanente regulação emocional, a ter de demonstrar, de forma repetitiva, emoções positivas.

 

Sabemos que, no mundo do desporto, o treino não termina quando arrumamos a bola ou quando acabamos de correr ???? – é preciso recuperar do desgaste a físico e psicológico a que o corpo foi sujeito, para continuar a alcançar resultados. 

 

Então, e no mundo laboral? E nestas profissões, que requerem contacto com o público de forma permanente, em que o esforço emocional é “brutal”, constante e dificultado pelos estímulos negativos a que os trabalhadores estão sujeitos (reclamações de clientes, temperamentos agressivos, contante monitorização da performance, entre outros)?

 

Não é novidade que tudo isto prejudica o bem-estar e a saúde dos trabalhadores, trazendo consigo problemas relacionados com o absentismo, altas taxas de rotatividade, elevados níveis de stress e, nos piores casos, depressão e burnout

 

Vários estudos de mercado demonstram que, desde 2020, mais de 60% das empresas expressaram uma crescente preocupação na área de well-being, uma tendência que se irá manter nos próximos anos e que veio para ficar - e ainda bem.

 

Entender sobre well-being, é cada vez mais necessário dentro do contexto que estamos a viver. O bem-estar, está diretamente ligado à produtividade, retenção de talentos, entre outros e, por isso, é tão importante entender como este conceito contribui para a solidificação de uma cultura bem estruturada dentro das empresas. 

 

Trazer o welll-being para dentro das organizações, vai mais além da enumeração de uma to do list. Não há receitas “chave na mão” para a implementação de programas de well-being.

 

É necessário, antes de tudo, entender que se trata de uma mudança na cultura da organização e que isso, numa fase inicial, vai implicar um investimento e um acompanhamento muito grande por parte das equipas de recursos humanos. 

 

É aqui que nós entramos em ação e que podemos ajudar ????

 

Para já, ficam algumas dicas importantes para a sua implementação: 

  • Proporcionar iniciativas individuais e de grupo de tempo de recuperação;
  • Estratégias “in place” de autorregulação;
  • Promover o engagement e o interesse dos trabalhadores por estas iniciativas;

 

Curiosos? 

Call us!


Ana Morgado / HR Development Consultant @ Sofia Calheiros & Associates